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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Case #61 - Ficar à vontade com sentimentos sexuais

Linda tinha 33 anos e era solteira. Contou-me que tinha muitos amigos homens, mas eram todos ´compinchas´. E quando se tratava da possibilidade de ter uma relação romantica, era difícil para ela sair da relação do tipo camaradagem.
O seu objectivo na sessão era explorar algo desconhecido nela.
Comecei por estabelecer contacto com ela, contando-lhe acerca da minha abertura e interesse no ´desconhecido´. Salientei que não sabíamos muito acerca um do outro, pelo que lhe disse o que tinha curiosidade nela, e convidei-a a ser curiosa a meu respeito. Em Gestalt falamos no ´vazio criativo´ como sendo a área na qual não temos certeza ou clareza. É um lugar rico para se começar uma exploração, e praticar Gestalt implica o terapeuta sentir-se comfortável com esse não-saber.
Falou-me acerca de ser uma ´boa menina´ e como queria sair desse papel em relação aos seus pais. Contou-me a forma como eles desaprovavam os seus namorados, e como saía pela janela para evitar o olhar deles. Queria ser capaz de decidir as coisas pela sua própria cabeça, e construrir a sua própria vida. Mas estava a ser difícil.
Somando tudo isto, tratava-se da sua sexualidade. O ser ´boa menina´ estava a impedi-la de se apropriar verdadeiramente da sua sexualidade de uma forma completa com os homens, e daí que as relações nunca progredissem muito para além da fase dos amigalhaços... inclusivamente disse-me que mesmo que o fizessem, ela tendia a colocá-los de volta no modo compincha.
O desafio era então apoiá-la a poder estar mais com a sua natureza sexual. Perguntei se havia no grupo alguma mulher que se considerasse, nalgum momento, como uma ´menina má´. Apenas uma (Martina) levantou a mão. Pedi-lhe que contasse a Linda acerca disso. Em Gestalt trabalhamos com apoio, e numa área com tanta exposição como a sexualidade, isto torna-se muito importante - para sentir que não se está sozinho, reduzir a sensação de estar exposto, e aumentar a pertença - trata-se essencialmente de se afastar da esfera da vergonha.
Martina partilhou que para ela não se tratava tanto de ser uma menina boa ou má, mas sim afastar-se da definição das outras pessoas de boa ou má, e descobrir o que realmente queria,e o que era bom para ela.
Dirigi-me novamente a Linda, perguntei-lhe como se estava a sentir. Disse-me que geralmente não estava muito em contacto com o seu corpo, pelo que era difícil para ela saber o que sentia e o que queria. Claramente, isto era um obstáculo para entrar mais na sua sexualidade!
Então, com muito cuidado, convidei-a a fazer uma experiência, dando-lhe muitas hipóteses de escolha no seu envolvimento, e a possibilidade de parar caso necessitasse. Também lhe expliquei as fronteiras da experiência: seria feita apenas no grupo, e o homem que se juntasse à experiência fá-lo-ía apenas para apoiá-la. É muito imprtante estabelecer e gerir as fronteiras quando se trata da área da sexualidade.
Pedi-lhe que escolhesse o homem do grupo por quem se sentisse mais atraída.
Coloquei-os afastados, encarando-se. Perguntei a Linda o que estava a sentir. Um pouco nervosa, mas pouco mais que isso. Pedi-lhe então que respirasse, fazendo circular a energia pelo seu corpo, enquanto olhava para ele. Ela assim o fez, mas passado um bocado disse: ´ele já não me parece tão atraente´. Estava a fazer a conversa do ´compincha´ - dessexualizando a sua energia, pelo que eu o assinalei, e perguntei-lhe se estava disposta a entrar verdadeiramente no desconhecido. Usei aqui a sua intenção original como um apoio a ajudá-la a arriscar-se. O facto de ela o ter dito sugeriu-me que talvez estivesse interessada em fazê-lo.
Concordou, e eu pedi-lhe que continuasse a respirar, olhando para ele,sentindo onde e como o prazer se manifestava no seu corpo. Ao princípio não havia gande coisa. Mas passado algum tempo, sentiu prazer na metade superior do seu corpo. Continuei a encorajá-la, e indicando-lhe que mantivesse a sua respiração. Após um momento, permitiu-se a si própria sentir o prazer a descer para o estômago, e daí um pouco mais em direção às ancas.
O seu companheiro de experiência deu-lhe algum feedback acerca das mudanças que notava ao longo do processo, e então debatemos isso durante um bocado. Isto foi um grande passo para ela, uma vez que nunca tinha sido capaz de suster este tipo de energia, de uma forma consciente, no seu corpo, fora do contexto de ter sexo de facto. Não se tinha dado conta do poder que tinha, como se sintonizar com ele, mantê-lo, e trazer isso para a relação com um homem.
Trabalhar com a sexualidade é uma arena delicada e desafiadora em psicoterapia. Pode às vezes dar azo a abuso a não ser que o terapeuta seja muito claro nas suas fronteiras.
No entanto, é muito importante também não deixar que a vergonha nos afaste, uma vez que as pessoas necessitam apoio, e não é muito comum que o encontrem outro lado.
Esta experiência foi cuidadosamente planeada para a mover em direção ao seu ´desconhecido´, com muito apoio, e a um ritmo que fosse apropriado para ela.
Poderíamos ter trabalhado com os ´deverias´ da parte dos seus pais, mas ela estava pronta para se atrever realmente a uma nova experiência, e farta de se conter, pelo que estava disposta a testar os seus limites.
Muitas pessoas bloqueiam a sua tomada de consciência; a sexualidade é uma área onde frequentemente surgem bloqueios importantes. Às vezes isto deve-se a um trauma, outras é o resultado do condicionamento social/familiar que desencoraja os sentimetos sexuais.
Ao trabalhar com a recuperação destes sentimentos, o objectivo da Gestalt não é uma sexualidade ´livre para todos´, mas sim permitir que o prazer sexual encontre o seu lugar natural na totalidade da nossa existência - nem dominante, nem reprimido.

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