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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Case #65 - Juntas no sadismo

A mãe de Kathy era bastante instável, no pior sentido da palavra. À medida que foi crescendo, a mãe encontrava formas de criticar, atacar e culpar Kathy e os seus irmãos. Magoava emocionalmente os filhos, enquanto que  noutras alturas não estava disponível. O seu humor, a sua raiva tornavam difícil a convivência. Mas noutras alturas podia ser generosa, compassiva e dar conta de todas as necessidades físicas.
Kathy tinha, compreensivelmente, problemas no seu casamento. Por vezes podia ser muito amorosa, mas noutras alturas era desconfiada e podia tornar-se muito crítica e temperamental. Ficava horrorizada com o modo como estava a repetir o comportamento da sua mãe, e podia ver os efeitos destructivos no seu marido.
Mas sentia-se muito estagnada, e quando este processo se desencadeava, era-lhe quase impossível não reverter para este tipo de comportamento. Sabia que assim estava a destruir a relação, e como tal recorreu a ajuda.
Em Gestalt movemo-nos em direção ao problema, em vez de nos afastarmos dele. A dificuldade de Kathy era que ela se estava a tornar naquilo que não queria ser. Vemos a resistência como parte do tema, e não queremos participar nisso ao tentar ajudar a pessoa a tornar-se diferente. Senão, estamos apenas a conspirar em trabalhar contra a resistência.
Assim, salientei que este tipo de comportamento que ela experienciava por parte da mãe era bastante sádico. Kathy concordou. Também lhe chamei a atenção de que o seu próprio comportamento tinha igualmente essas características. Foram palavras duras, mas Kathy pôde ver a validade nesta forma de nomear o que estava a suceder.
Convidei-a pois a entrar nessa parte através de uma experiência. Pedi-lhe que dissesse simplesmente a frase ´Quero que sintas a dor que eu estou a sentir´. Esta frase dava nome à dinâmica relacional subjacente ao sadismo. Tanto a sua mãe, como agora também Kathy, estavam envolvidas em muita dor, e o comportamento sádico continha um anelo subjacente.
Kathy experimentou esta frase, apesar de a achar difícil, e sentiu de imediato a verdade que continha.
Ao entrar no seu sadismo desta forma, podia apropriar-se dele.
Tornei de seguida a experiência mais difícil ao pedir-lhe que se imaginasse a falar com o seu marido numa altura em que se encontrasse de mau humor. Repetiu a mesma frase. Perguntei-lhe como se sentia no seu corpo, para enraizar a experiência.
Sentia-se muito nauseada, uma mistura de ódio, vergonha e prazer.
Experiencialmente, este era o cerne da questão. Ao entrar directamente no sadismo, e nos sentimentos que o acompanham, pudémos chegar às dinâmicas nucleares da questão, de uma forma vivencial em vez de nos limitarmos a descrever o que se passava. Ao colocar Kathy no centro da experiência, a possibilidade de uma escolha existencial torna-se assim evidente.
Convidei-a de seguida a respirar, para se centrar. O próximo passo seria pedir-lhe que imaginasse a mãe, exibindo um sorrio sádico. Novamente, sentiu a ansiedade, tensão e náusea. Pedi-lhe que lhe ocorresse uma imagem que a pudesse fortalecer - pensou no Buda. Tal acalmou-a.
Guiei-a então entre vizualisar a mãe, sentir os sentimentos e ver o Buda, acalmando-se.
Pedi-lhe que proferisse uma afirmação à sua mãe: ´Estou conectada contigo quando sou sádica´.
Isto introduziu um outro aspecto da dinâmica relacional, em que fazíamos referência a todo o campo - passado e presente tornavam-se unos. O próprio acto de ser sádica, unia Kathy à sua mãe de uma forma que ela não conseguiria de outra maneira. É deste modo que nos tornamos naquilo a que queremos resistir.
Ao fazer este processo, apropriando-se do seu comportamento sádico, apropriando-se da sua ligação com a mãe, e ao mesmo tempo sentindo os seus próprios sentimentos e encontrando uma imagem tranquilizadora, ela foi capaz de introduzir inovação na relação e no seu comportamento.
Sentiu-se aliviada, e de alguma forma renovada pelo trabalho. Pedi-lhe que praticasse sempre que esses sentimentos tomassem conta dela.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Case #64 - Escolhas sensatas ou escolhas disparatadas

Zac tinha problemas na relação. A sua namorada Marta era ´difícil de lidar´. Era criativa, tinha uma personalidade interessante, e partilhava muitos dos seus valores sobre política e sociedade. Era muito aceitadora em relação a ele, coisa que não havia expeirenciado antes numa relação. Passava momentos divertidos com ela, mas havia coisas em que não conseguia chegar a um acordo.
Ela fumava erva, ele não. Ela interessava-se por pornografia hardcore, ele não. Ela queria ter múltiplos parceiros sexuais, ele não. Ele gostava do seu lado selvagem, mas também o deixava pesaroso. Podia ver que ela era instável, mas sentia que a podia ajudar. Não queria ter mais uma relação fracassada, pelo que a mantinha há já 2 anos. Mas ela era frequentemente reactiva, às vezes berrava com ele, e era bastante instável.
Parecia que era uma relação simplesmente demasiado difícil, e no entanto ele não conseguia deixá-la. Tinha a ideia que o seu amor podia mudá-la, que as coisas iriam melhorar.
Coloquei-lhe a questão nestes termos: e se as coisas não melhorassem? E se ela não mudasse? Se ela não quisesse mudar? Que aconteceria se ela nunca concordasse com a monogamia?
Eram questões difíceis para ele levar em conta. Perguntei-lhe directamente, pois ele estava mais em contacto com a fantasia que com a realidade. E estava a evitar lidar com ´o que existe´, e os seus sentimentos em relação a isso. Ele afastava-se de si mesmo ao sonhar com o futuro.
A Gestalt é muito focada no presente, em particular na nossa experiência no presente. É frequente as pessoas precisarem de apoio para estarem verdadeiramente no presente, e o Zac tinha as suas formas particulares de evitar o presente.
Seguindo este processo, tornou-se muito claro para ele que não queria continuar a viver assim, não queria este tipo de disputa fútil na relação, e que se ela não mudasse, então a relação não funcionaria para ele, e ele teria que abdicar.
Tive o cuidado de não o influenciar. A perspectiva existencial é que o que quer que escolhas fazer com a tua vida é escolha tua, e apenas necessitas estar disposto a viver com as consequências, previsíveis e imprevisíveis. A minha tarefa neste ponto é confrontar alguém com as suas escolhas, e ajudá-la a pular a cerca e mergulhar na sua própria vida. O que é importante é que a pessoa saiba que é ela que toma a decisão, não outros, não as circunstâncias.
Neste caso, se ele escolhesse permanecer, seria pela escolha esclarecida de ficar com ela tal como ela era, em vez de surgir com novos planos. Era difícil para ele abdicar dos seus planos, mas quando o fez, pôde ver que o que havia não era suficiente para ele.
No entanto, eu podia ver que, por muito racional que isto soasse, não era assim tão simples.
Convidei-o então a entabular uma conversa entre os dois lados - a parte que estava disposta a abdicar, e a parte que queria apegar-se à relação.
Tornou-se bastante claro que a parte apegada era o seu self criança, muito emocional. A parte disposta a abdicar era o seu self racional, que se podia desapegar. Mas lá por estar a fazer uma escolha racional e ´sensata´, não quer dizer que a situação estivesse resolvida. A parte infantil, a parte dos sentimentos, precisava de ser incluída na decisão. Isto requereu bastante mais diálogo entre as duas partes - não apenas palavras, mas os sentimentos que acompanhavam cada um dos lados.
Lentamente, deu-se algum tipo de encontro, algum tipo de acordo. Chegou-se a uma resolução, que incluía o self infantil. Mas não assumi que fosse o fim da história, embora fosse o fim da sessão. Seria algo a que teria de voltar em sessões posteriores.
Fritz Perls chamou a estas partes o ´topdog´ (cão de cima) e ´underdog´ (cão de baixo), e por mais que achemos que estamos a ter um pensamento dirigido, claro e competente, o que é facto é que há uma outra parte de nós que sabota a direção do topdog. Neste caso, o racional e sensato não era suficiente. Daí termos que tomar atenção para não  tomar excessivamente o partido do topdog.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Case #63 - O coxo falador

Murray tinha trabalhado como polícia durante 20 anos. Até que, na cena de um acidente, descobriu subitamente que tinha perdido a sua resiliência. Normalmente ele podia ultrapassar qualquer tipo de emoção que pudesse ocasionalmente sentir. Mas dessa vez foi diferente. Descobriu que não conseguia recuperar.
Esteve de baixa por stress durante algum tempo, mas a verdade é que tinha realmente atingido o seu limite. Foi assim que se retirou do corpo policial, e abriu uma lojinha de esquina numa pequena aldeia.
A sua vida corria bem, mas internamente continuava muito stressado, pelo que acudiu a mim em busca de ajuda.
O que Murray tinha de particular era que falava a cem à hora. E de facto era muito divertido, contava imensas hstórias, e cada uma se colava à seguinte. Ele basicamente falava sem parar. Eu gostava de o ouvir, ele era de facto um bom contador de histórias.
Mas era difícil eu introduzir-me na conversa e portanto não conseguia sentir o pulso a mergulhar abaixo da superfície com ele, e criar algum tipo de terapia mais sólida.
Tal continuou durante algumas sessões, e de cada vez eu enfrentava o mesmo desafio. Contei-lhe o que experenciava, mas não causou qualquer diferença.
Mas houve algo que eu notei. Murray caminhava com um coxear particular. Parecia que andar era um pouco doloroso para ele.
E foi assim que no meio de uma das suas histórias, eu o interrompi. Disse, ´Noto uma polaridade interessante. Falas muito depressa, mas tens que andar devagar.´
Murray concordou, mas não pareceu ter grande significado para ele.
Perguntei-lhe ´E que tal se falasses tão devagar quanto andas?`
Isto era uma proposta nova, mas ainda assim não lhe fazia muito sentido. Propus-lhe então uma experiência - que andasse para trás e para  a frente na sala, e que dissesse uma palavra por cada passo.
Claro que quando fez isto, foi obrigado a falar devagar. De repente compreendeu aquilo a que eu lhe estava a chamar a atenção - o seu corpo estava a tentar desacelerá-lo, mas ele não estava atento à dica. Quando falou devagar, pôde ser capaz de começar a a sentir - aquilo que tanto falatório estava justamente a evitar.
Uma vez que teve acesso aos seus sentimentos, o trabalho terapêutico pôde realmente começar...
Em Gestalt, prestamos atenção aos ´phenomena´ (fenómenos) - neste caso, a velocidade do seu discurso (ao invés do conteúdo), e o seu coxear. Ao não saltar para nenhuma conclusão com respeito ao seu significado, permitimos que novas ´Gestalts´ (configurações) possam emergir e interligar-se. Neste caso, uma polaridade profunda. Andamos em busca de polaridades, pois frequentemente indicam cisões na personalidade, que são formas de evitar a tomada de consciência. Quando estas cisões entram no campo da consciência, podemos trabalhar com elas, e de uma forma natural, a pessoa mover-se-é em direção a uma maior integração - apesar de poderem precisar de uma pequena ajuda. A experiência Gestalt nasce destas observações, e é uma forma de explorar a tomada de consciência destas cisões, em vez de apenas falar delas, ou ´saber´ acerca delas. O tipo de conhecimento em que estamos interessados é um saber integrado, baseado num sentir corporal.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Case #62 - Medusa

Tracy tinha um sonho. Tinha morto um homem e guardado-o num armário. Estava a tentar assegurar-se que ninguém à sua volta descobria. Num canto da sua mente, estava a planear culpar a mãe.
Ia por um corredor e encontrava um homem, psicólogo, que também era detective. As suas mãos roçavam. Uma vez mais ela tentava ocultar-se. Ouvia-se uma banda sonora do género policial.
Trabalhámos este sonho ao modo Gestalt.
Pedi-lhe que recontasse o sonho como se estivesse a acontecer no momento presente - ao estilo do contínuo de consciência.
À medida que ela o fazia, eu introduzia pausas para lhe perguntar o que estava a sentir, ou pedir detalhes - por exemplo, do homem que tinha morto.
Depois pedi-lhe que ´fosse o homem´, e falasse como se fosse ele.
Ele disse que a Tracy era fria, calculista e forte.
Quando ela regressou a ser ela mesma, riu-se, retorceu-se e ficou desconfortável com essas descrições.
Seguiu-se o encontro com o psicólogo. Ela esforçava-se em ocultar-lhe os factos.
Fez o papel de psicólogo. Ele sentia que Tracy era poderosa, e que ele não seria capaz de obter nada dela.
De volta a ela - eu continuei a repetir estas descrições dela - poderosa, fria, calculista, forte. Acrescentou que se sentia sádica. Juntei então todas estas palavras.
Pedi a duas mulheres do grupo que se chegassem à frente e se passeassem entre nós, encarnando estas características.
Convidei então a Tracy a fazer o mesmo. Era difícil para ela, não parava de rir e sorrir, mas eu encoragei-a a manter-se no processo, e sentir-se como essa mulher poderosa. Pedi a uma pessoa que fizesse de cadáver, e a outra ainda que fizesse da parte de Tracy que queria declarar-se inocente, como se fosse incapaz de fazer mal a quem quer que fosse.
Pedi-lhe que olhasse para alguns dos homens do grupo como se ´o olhar pudesse matar´. Sentiu o seu poder, mas alternado com risota. No entanto, disse que se sentia uma pouco malvada quando se ria. O riso é frequentemente uma forma de deflexão, uma forma de não se apropriar da experiência.
Pedi-lhe que fizesse uma respiração abdomial - podia ver que ela tinha a respiração muito superficial.
Quando o fez, disse-me sentir uma pedra no estômago. Em seguida um bloqueio no coração. Encoragei-a a respirar, a sentir a pedra, bem como o seu poder.
Disse-me que isto se tratava, por um lado, da rejeição que tinha sentido por parte dos seus pais, e por outro, da supressão da sua sexualidade. Sentia-se como se tivesse um punhal na mão, e queria continuar às voltas com ele. Sentia-se um pouco como a Medusa... que podia tornar os homens em pedra por olhar para eles. Disse que tinha alguns sentimentos de prazer sexual no seu corpo.
Parecia muito diferente agora - muito mais séria, já não se ria nem ´fazia de inocente´.
Este era o ponto de se tornar dona do seu poder, em vez de se desapropriar dele. Podia experimentar a totalidade do seu ser - a assassina que havia nela, a sua sexualidade, o seu poder como mulher.
Em Gestalt, é o desapropriar-se de parte de nós mesmos que é visto como perigoso. Quando as pessoas permitem que partes proibidas delas entrem no campo da sua consciência, então aí podem fazer escolhas completas, e nesse sentido ´assumir responsabilidade´. É esta a orientação existencial em Gestalt - não fornecer soluções ou uma direção moral do que se deveria fazer, mas sim reestabelecer a sensação de estar consigo próprio de uma forma total e completa, sendo portanto capaz de fazer escolhas autênticas.
Nesta sessão segui os movimentos energéticos, e mantive-me a focá-la na direção do seu self não apropriado - a sua agressão, poder, etc. Para ela foi muito difícil manter-se e tornar-se dona desses aspectos. Foi capaz de se libertar de coisas que tinha engolido e que são basicamente obrigações morais não digeridas - ´deverias´.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Case #61 - Ficar à vontade com sentimentos sexuais

Linda tinha 33 anos e era solteira. Contou-me que tinha muitos amigos homens, mas eram todos ´compinchas´. E quando se tratava da possibilidade de ter uma relação romantica, era difícil para ela sair da relação do tipo camaradagem.
O seu objectivo na sessão era explorar algo desconhecido nela.
Comecei por estabelecer contacto com ela, contando-lhe acerca da minha abertura e interesse no ´desconhecido´. Salientei que não sabíamos muito acerca um do outro, pelo que lhe disse o que tinha curiosidade nela, e convidei-a a ser curiosa a meu respeito. Em Gestalt falamos no ´vazio criativo´ como sendo a área na qual não temos certeza ou clareza. É um lugar rico para se começar uma exploração, e praticar Gestalt implica o terapeuta sentir-se comfortável com esse não-saber.
Falou-me acerca de ser uma ´boa menina´ e como queria sair desse papel em relação aos seus pais. Contou-me a forma como eles desaprovavam os seus namorados, e como saía pela janela para evitar o olhar deles. Queria ser capaz de decidir as coisas pela sua própria cabeça, e construrir a sua própria vida. Mas estava a ser difícil.
Somando tudo isto, tratava-se da sua sexualidade. O ser ´boa menina´ estava a impedi-la de se apropriar verdadeiramente da sua sexualidade de uma forma completa com os homens, e daí que as relações nunca progredissem muito para além da fase dos amigalhaços... inclusivamente disse-me que mesmo que o fizessem, ela tendia a colocá-los de volta no modo compincha.
O desafio era então apoiá-la a poder estar mais com a sua natureza sexual. Perguntei se havia no grupo alguma mulher que se considerasse, nalgum momento, como uma ´menina má´. Apenas uma (Martina) levantou a mão. Pedi-lhe que contasse a Linda acerca disso. Em Gestalt trabalhamos com apoio, e numa área com tanta exposição como a sexualidade, isto torna-se muito importante - para sentir que não se está sozinho, reduzir a sensação de estar exposto, e aumentar a pertença - trata-se essencialmente de se afastar da esfera da vergonha.
Martina partilhou que para ela não se tratava tanto de ser uma menina boa ou má, mas sim afastar-se da definição das outras pessoas de boa ou má, e descobrir o que realmente queria,e o que era bom para ela.
Dirigi-me novamente a Linda, perguntei-lhe como se estava a sentir. Disse-me que geralmente não estava muito em contacto com o seu corpo, pelo que era difícil para ela saber o que sentia e o que queria. Claramente, isto era um obstáculo para entrar mais na sua sexualidade!
Então, com muito cuidado, convidei-a a fazer uma experiência, dando-lhe muitas hipóteses de escolha no seu envolvimento, e a possibilidade de parar caso necessitasse. Também lhe expliquei as fronteiras da experiência: seria feita apenas no grupo, e o homem que se juntasse à experiência fá-lo-ía apenas para apoiá-la. É muito imprtante estabelecer e gerir as fronteiras quando se trata da área da sexualidade.
Pedi-lhe que escolhesse o homem do grupo por quem se sentisse mais atraída.
Coloquei-os afastados, encarando-se. Perguntei a Linda o que estava a sentir. Um pouco nervosa, mas pouco mais que isso. Pedi-lhe então que respirasse, fazendo circular a energia pelo seu corpo, enquanto olhava para ele. Ela assim o fez, mas passado um bocado disse: ´ele já não me parece tão atraente´. Estava a fazer a conversa do ´compincha´ - dessexualizando a sua energia, pelo que eu o assinalei, e perguntei-lhe se estava disposta a entrar verdadeiramente no desconhecido. Usei aqui a sua intenção original como um apoio a ajudá-la a arriscar-se. O facto de ela o ter dito sugeriu-me que talvez estivesse interessada em fazê-lo.
Concordou, e eu pedi-lhe que continuasse a respirar, olhando para ele,sentindo onde e como o prazer se manifestava no seu corpo. Ao princípio não havia gande coisa. Mas passado algum tempo, sentiu prazer na metade superior do seu corpo. Continuei a encorajá-la, e indicando-lhe que mantivesse a sua respiração. Após um momento, permitiu-se a si própria sentir o prazer a descer para o estômago, e daí um pouco mais em direção às ancas.
O seu companheiro de experiência deu-lhe algum feedback acerca das mudanças que notava ao longo do processo, e então debatemos isso durante um bocado. Isto foi um grande passo para ela, uma vez que nunca tinha sido capaz de suster este tipo de energia, de uma forma consciente, no seu corpo, fora do contexto de ter sexo de facto. Não se tinha dado conta do poder que tinha, como se sintonizar com ele, mantê-lo, e trazer isso para a relação com um homem.
Trabalhar com a sexualidade é uma arena delicada e desafiadora em psicoterapia. Pode às vezes dar azo a abuso a não ser que o terapeuta seja muito claro nas suas fronteiras.
No entanto, é muito importante também não deixar que a vergonha nos afaste, uma vez que as pessoas necessitam apoio, e não é muito comum que o encontrem outro lado.
Esta experiência foi cuidadosamente planeada para a mover em direção ao seu ´desconhecido´, com muito apoio, e a um ritmo que fosse apropriado para ela.
Poderíamos ter trabalhado com os ´deverias´ da parte dos seus pais, mas ela estava pronta para se atrever realmente a uma nova experiência, e farta de se conter, pelo que estava disposta a testar os seus limites.
Muitas pessoas bloqueiam a sua tomada de consciência; a sexualidade é uma área onde frequentemente surgem bloqueios importantes. Às vezes isto deve-se a um trauma, outras é o resultado do condicionamento social/familiar que desencoraja os sentimetos sexuais.
Ao trabalhar com a recuperação destes sentimentos, o objectivo da Gestalt não é uma sexualidade ´livre para todos´, mas sim permitir que o prazer sexual encontre o seu lugar natural na totalidade da nossa existência - nem dominante, nem reprimido.

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