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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Case #53 - Beber demasiado, ou dar demasiado?

Tom bebia, demasiado, demasaidas vezes. Tinha-o feito por muitos anos. Às vezes deixava a bebida, às vezes recomeçava.
Abby não era feliz, e tinha-se tornado cada vez mais peremptória a respeito das coisas terem que mudar. O problema era que não mudavam - ele deixava de beber, voltavam a dar-se bem por uns tempos, e então de algum modo, tudo voltaria a recomeçar.
Abby queria uma boa relação. Queria conexão, comunicação, honestidade. Tinham estado juntos por muito tempo, e ela não queria deitar a relação a perder. Ralhar permanentemente não resultava, mas também não funcionava deixar as coisas seguirem o padrão habitual. Abby estava muito frustrada. Tom não parecia capaz de manter as mudanças que ela realmente necessitava. Ela tinha-se tornado cada vez mais frustrada e desanimada.
Não havia dúvidas, Tom tinha um problema com o álcool. Era claro que ele não tinha realmente controlo sobre a bebida, e era também claro que os seus esforços para parar só resultavam por um período de tempo limitado - por vezes 6 meses, mas depois ele retomava.
Abby parecia estar a fazer udo o que podia. Tornou a sua posição clara. Demarcou limites. Acudiu a terapia em busca de ajuda.
Do ponto de vista da Teoria de Campo, a adicção não é algo ´na´ pessoa, mas algo ´na´família ou relação. É mantida por mais de uma pessoa, apesar de neste caso parecer que Abby estava a fazer tudo o que podia para mudar a situação. A sua participação não era clara para ela - ela parecia não querer nada mais que uma relação livre da adicção.
Abby tinha um pai que era controlador, desanimador  e com frequência maldoso. As suas necessidades de sustento, de ser escutada não foram supridas. De tal modo que ela aprendeu a ser uma rapariga prestativa, numa tentativa de obter algum tipo de reconhecimento.
Isto é aquilo a que chamamos em Gestalt um ´ajuste criativo´. Fez sentido nesse então, mas agora, como adulta, Abby estava descobrir que se sentia cada vez mais bloqueada - o ajuste criativo já não estava a funcionar em seu proveito.
Ela identificou que era isto que a tinha levado a ser enfermeira - tomar conta dos outros e das suas necessidades. E era isto que estava a fazer com Tom.
À medida que fomos explorando este tema, Abby deu-se conta que a sua prestatividade continha em si uma espécie de reciprocidade. Se ela desse aos outros, homens, então ela seria útil, desejada, reconhecida, necessária.
E era exactamente esta a situação com Tom. Ele precisava dela, e ficava muito triste se ela se zangasse e se retirasse. Ela não conseguia vê-lo tão triste, e então voltava a aproximar-se.
O ponto chave foi quando identificámos como a sua prestatividade era também uma espécie de manipulação: ´se eu te aportar algo, então vais precisar de mim, e não me abandonarás´.
O que foi importante foi a mudança de perspectiva - agora Abby era capaz de ver mais claramente não apenas o comprtamento adictivo de Tom, mas também a sua própria manipulação repetitiva - dar para receber, ou como chamamos em Gestalt, ´proflexão´.
Este é um exemplo daquilo a que damos o termo ´fronteira distorcida´ - parece que algo está a ser dado, mas na realidade existe um motivo subjacente, pelo que o aspecto da dádiva é condicional, não incondicional.
Este reconhecimento foi dramático para ela - ela pôde reconhecer não apenas o padrão familiar de Tom com a bebida, mas um outro padrão de mãos dadas com esse - o da sua forma manipuladora de dar.
Em Gestalt trabalhamos com tomada de consciência, mas tal não é apenas limitado ao ´aqui e agora´, também inclui a tomada de consciência do nosso Campo, com todas as suas camadas complexas, e especialmente os nossos padrões de comportamento escondidos.
Trazê-los à luz cria a possibilidade de se apropriar desse comportamento - quaisquer que sejam os seus antecedentes - e assim ´assumir a responsabilidade´ numa terminologia Gestalt. Tal é libertador. Vermos a nossa própria manipulação dá-nos opções, enquanto que ver somente o comportamento bloqueado/adictivo da outra pessoa nos deixa apenas com a reacção.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Case #52 - As raparigas festivas

Martin tinha tido várias relações importantes na sua vida. Com 50 anos de idade, encontrava-se agora numa relação com boa ligação emocional, mas sem filhos.
Sempre se tinha sentido atraído por ´raparigas festivas´. No fim de contas, apesar de investir muito nas relações, descobriu que não as tinha conseguido fazer perdurar, até a que tinha actualmente.
Agora era feliz... apesar de a sua nova companheira de facto gostar de beber e passar bons momentos de diversão. E embora ele gostasse disso, às vezes achava que era demasiado, e frequentemente queria ir-se embora de um encontro mais cedo que ela.
Assim, de vez em quando dava por si a beber um pouco mais do que queria.
Quanto toca a coisas como álcool e padrões de relação, é bom olhar para o panorama geral. Aquilo  a que chamamos o Campo, em Gestalt. Em constelações familiares lida-se com istoo tempo todo, mas há diversas formas de lidar com esta dimensão. Na terapia individual, há algumas zonas em que existe uma forte indicação ara prestar atenção a um contexto mais alargado.
Perguntei-lhe então pelos seus pais e avós. Os seus pais davam-se muito bem.
Ao que parece a sua avó paterna tinha sido uma mulher bastante aventureira para a sua época. Tinha viajado e casado tarde. Era uma pessoa popular socialmente, mas nem sempre presente como mãe. Assim, a sua experiência de parentalidade vinha mais da parte do pai, que era o elemento estável.
Martin nunca tinha unido estes pontos, mas tornou-se claro para ele esta sua atracção por mulheres com com muita vitalidade mas instáveis.
A tarefa que se punha era então mover-se para o presente. Preparei uma cadeira a representar a ´rapariga festiva´, e pedi-lhe que contactasse com os seus sentimentos. Eram mistos - atracção, mas também dor, por causa do seu historial de relações. Perguntei-lhe sobre o que se activava nele quando se via sentado diante deste tipo de mulher.
Deu-se conta de diversas coisas - a sua excitação, a sua raiva e um sensação de vazio. Pedi-lhe que identificasse em que zona do corpo sentia tudo isto. Ele notou uma sensação de congestão no peito.
Contou-me que era exactamente o que sentia quando a sua companheira começava a beber demasiado - uma espécie de pânico ou medo. Geralmente, nessas alturas ou a censurava, ou não dizia nada, e ficava ressentido.
Pedi-lhe então que se deixasse estar com esse sentimento, e que que lhe dissesse algo a ela, sentada na cadeira.
Foi-lhe muito difícil fazê-lo - sentia-se muito desconfortável, e disse-mo.
Pedi-lhe então que trocasse, se sentasse na cadeira e falasse como se fosse a sua companheira. Nessa posição, sentia-se rebelde, não queria que lhe dissessem o que fazer e disse ´se gostasses de mim, davas-me liberdade, em vez de tentares controlar-me´.
Isto era de alguma forma algo familiar para Martin - tinha-a ouvido dizer coisas parecidas.
Pedi-lhe que se sentasse ao pé de mim noamente, e indaguei a respeito da parte dele que era rebelde. Em Gestalt estamos interessados em polaridades, especialmente aquelas das quais não nos apropriamos e associamos frequentemente com o nosso parceiro.
Não estava habituado a pensar dessa maneira - era sempre a sua companheira quem era a rebelde.
Identificou como no seu emprego aturava o comportamento super controlador do seu chefe e nunca dizia nada.
Sugeri-lhe pois que sentasse o seu chefe na cadeira e lhe dissesse algo rebelde. Ao fazê-lo, sentiu muita liberdade, e saiu-lhe um peso de cima.
Repetimos este processo para diversos cenários da sua vida, e a cada vez, descobriu um enorme alivio em poder dizer algo rebelde - ele era o típico ´bom rapaz´.
Senti-se muito mais forte e empoderado.
Isto foi apenas um passo, numa série de sessões terapêuticas, mas realça a forma na qual o nosso self projectado - numa outra pessoa - estanca a energia que poderia na realidade ser-nos útil para encontrar maior equilíbrio e vitalidade - que são resumidamente os objectivos em Gestalt.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Case #51 - Confrontando um fantasma

Leanne contou-me acerca de andar muito assustada. Tinha medo de baratas, sobressaltava-se facilmente e às vezes à noite custava-lhe dormir, com medo que lhe entrassem ladrões pela janela, ou fantasmas ou ´monstros´. Também tinha medo de monstros quando andava de barco.
Pondo o resto de parte, isto soava como um estado muito infantil, pelo que lhe perguntei sobre o que lhe tinha acontecido em criança para a tornar temerosa.
Relatou-me de imediato um incidente que se passara quando tinha 6 anos. Um rapaz, um dos seus melhores amigos, morrera afogado. Passaram-se horas até ser descoberto. Trouxeram-no para casa dela, e a família do rapaz insistiu que o pai dela, médico, o tentasse reanimar. Não foi bem sucedido.
Nessa noite ocorreu uma tempestade, e ela foi deitar-se muito assustada. Teve então um pesadelo, em que tentava salvá-lo e não conseguia. Pensava muito nele à medida que foi crescendo, e ainda se sentia bastante triste com este tema.
Ora, isto tornou claro quem era o ´fantasma´ de quem ela tinha medo.
Sugeri-lhe uma experiência confrontadora mas necessária - usando o drama do momento, a intensidade do medo e a oportunidade presente para lidar com ele directamente, de uma vez por todas.
Propus-lhe então que eu ficasse de pé ao lado dela, encarando a janela aberta, com o grupo por detrás a dar apoio. Ela convidaria então o fantasma do seu jovem amigo que tinha morrido a entrar na sala, diante dela.
Ela fê-lo, mas a tremer como varas verde. Deixei que se encostasse a mim, segurei-a com firmeza, o grupo bem perto atrás de nós. Instruí-a a que falasse com o ´fantasma´, dizendo-lhe como se sentia, pelo que tinha passado e o quanto tinha sentido a sua falta.
Conseguiu fazê-lo, apesar de ser difícil. Referiu que queria estar com ele, do outro lado.
Perguntei a Leanne como ele respondia a isso, e ela disse-me que ele não o desejava. Isto foi importante para ela assimilar; mesmo assim ainda havia nela um anelo residual pela morte e por querer estar perto dele.
Apoiei-a então a dialogar mais com ele, contado-lhe realmente como se sentia, e escutando verdadeiramente a resposta.
Tive que a apoiar, inicialmente através do seu medo, e depois da sua mágoa. Indiquei-lhe que dirigisse a sua respiração para o seu estômago, e fosse descendo em direcção às pernas.
Em Gestalt trabalhamos com enraizamento e com respiração, para ajudar a pessoa a permanecer presente com a sua experiência e a intensidade da emoção. O que acontece frequentemente é que não havia apoio na altura para o conseguir  fazer, em particular quando se é novo. Assim, estas técnicas ajudam a pessoa a contactar com a experiência que havia sido avassaladora anteriormente, de uma forma que agora possa ser assimilida.
Foi muito difícil para ela manter-se presente - tinha passado os últimos 30 anos a viver com medo, a respirar superficialmente... o que por sua vez reforçava o medo. Foi pois difícil para ela respirar tão profundamente, e precisou de muito apoio e instruções da minha parte.
Após algum tempo ficou muito calma, pôde despedir-se do fantasma e regressou inteiramente a si própria. Sentiu-se presente no seu corpo mais do que alguma vez se lembrava, e todos os vestígios do medo haviam desaparecido.

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