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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Case #47 - O fim de uma relação é um novo começo

Este casal já se debatia há algum tempo.
A primeira coisa que Rhonda  disse na sessão foi - ´Os meus pais divorciaram-se, e eu prometi a mim mesma que nunca faria isso a uma família que eu tiviesse criado´. Estava extremamente angustiada. Brian pôs o braço em seu redor, mas ela afastou-se.
Pedi-lhe que se deslocasse para o lado oposto ao dela, de modo a que se pudessem ver um ao outro.
A segunda coisa que ela disse foi, ´Já chega, não consigo continuar com isto. Esta relação acabou para mim.´
Brian estava chocado. Disse-lhe que a tinha ouvido dizer isso muitas vezes anteriormente, e que tinha tratado arduamente de fazer mudanças nos meses anteriores. Começou a explicar-se... eu detive-o. Explicar é visto como uma forma de evitar ´o que existe, o que é, o que está´, na perspectiva Gestalt.
Pedi-lhe que lhe dissesse simplesmente o que sentia. Depois de bastante apoio, ele disse-lhe que se sentia abandonado e em pânico, e começou a chorar.
Ela deixou-se estar sentada por algum tempo sem dizer nada. Quando eu a incitei, disse que estava em branco; emocionalmente era demasiado, e encontrava-se fora da sua capacidade de tomar consciência. Em Gestalt, não insistimos com alguém quando surge este ponto.
Trabalhei então com ele - explicando-lhe que ela não estava disponível, pelo que não valia a pena continuar a insistir; deixei-me estar com ele e os seus sentimentos, e ajudei-o a estar consigo mesmo nesse lugar. Reconheci como ele se sentia, quão terrível era para ele estar nesta situação e como era duro que ela tivesse ´fechado a porta´ e não estivesse disponível de todo para ele neste momento de angústia e necessidade.
Foi então que Rhonda olhou para ele, com lágrimas nos olhos. Disse-lhe - ´Isto aconteceu com a tua mãe e a tua ex-mulher, eu nunca quis fazer-te o mesmo´.
Ele foi-se abaixo e retirou-se. Encoragei-o a estar presente, que visse que ela agora estava a chorar, que se encontrava disponível, e que reconhecesse a conexão nesse momento. Foi muito difícil para ele.
Ele disse-lhe que se sentia culpado, que sentia que tinha falhado e começou a falar de como queria continuar a tentar. Mas eu parei-o, pois não havia da parte dela espaço emocional para qualquer tipo de conversa em relação ao futuro.
Perguntei então se ela podia assimilar aquilo que ele tinha dito. Ela estava sem expressão - então sugeri que ela dissesse que não tinha espaço para assimilar isso - esta era afirmação emocionalmente verdadeira da parte dela.
Tal foi muito duro para ele ouvir. Apoiei-o em poder devolver-lhe isso. A sua resposta foi notar a zanga, ressentimento e tristeza que ela via nos seus olhos. Então pedi ao Brian que nomeasse de que é que essas emoções se tratavam para ele.
Ela ouviu, mas a dada altura disse, ´Não quero continuar, sinto-me péssima pois sei o difícil que isto é para ti.´
Brian fechou-se, retirou-se do contacto e eu podia ver que não estava disponível. Sugeri-lhe que lhe dissesse que não era capaz de a ouvir nesse momento, mas até isso foi duro para ele.
Pedi-lhe então a ela que falasse comigo. Esta é uma técnica em terapia de casal - dar apoio a uma pessoa, se a outra não está disponível, para aliviar a pressão e assim o outro pode ser apenas testemunha.
Rhonda disse que queria dar-lhe muito tempo para aceitar esta situação, e eu disse-lhe que achava que ele provavelmente nunca a aceitaria. Ele amava-a, e não era provável que desistisse. Isso foi um pouco surpreendente para ela.
Levei-a então a revelar mais dos seus sentimentos e afirmações pessoais.
Foi então que Brian voltou a estar disponível, e ela disse-lhe que se sentia muito culpada e que lamentava muito. Choraram juntos. Ele queria aproximar-se, mas ela disse - ´Não, por favor mantém a distância´.
Indaguei sobre isso, e ela respondeu que já não o amava. Desafiei esta afirmação - é baseada numa ideia falaciosa do amor como puramente um sentimento. Em vez disso pedi-lhe que pudesse transformar a frase numa afirmação pessoal. Disse então, ´Eu desliguei os meus sentimentos´.
Esta foi uma afirmação chave, uma vez que assim passa a ser a respeito de acção, escolha e volição.
Mas este não era o momento para trabalhar com isso - o simples reconhecimento de tal seria então uma entrada para futuras possibilidades de escolha.
Pedi-lhe a ele que reconhecesse o que tinha ouvido, e que lhe falasse dos seus sentimentos. Conseguiu fazê-lo, e ambos choraram.
No entanto, algo tinha mudado. No meio do impossível - e quem sabe, do futuro - eles tinham conseguido ter algum contacto profundo e autêntico. Ambos tinham chegado a um lugar para lá das suas capacidades, mas com o meu apoio àquele que ainda se mantinha a bordo nessa altura conseguiram continuar e estar juntos nesse lugar de perda e desespero.
O desfecho derradeiro era desconhecido. Mas o foco em Gestalt é alcançar este contacto profundo e autêntico; isso torna-se o alicerce de uma relação verdadeira - aquilo que claramente faltava até então.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Case #46 - Larvas

Felicity falava acerca de ter pesadelos. Não aplicamos interpretações pré-estabelecidas aos sonhos em Gestalt, mas os pesadelos têm frequentemente a ver com agressão; entendemos que todos os aspectos do sonho são acerca do sonhador, pelo que os pesadelos estão relacionados com a própria agressividade de quem os sonha.
O sonho recorrente de Felicity, que ocorria de diferentes formas, era deste género:
Ela estava na cave, a cultivar larvas, centenas de milhares delas.
Depois, na cena seguinte, ela estava a vomitar larvas - todo o seu corpo estava cheia delas. Ela conseguia vomitá-las todas, excepto uma.
Enfim, só de olhar para o sonho, poderiamos ter um dia em cheio só com as interpretações. Ao nível mais básico, a cave é que o jaz embaixo, e as larvas referem-se evidentemente a algo bastante apodrecido na pessoa.
MAS, em Gestalt não vamos sequer tão longe.
Permanecemos apenas com o que existe, a experiência da pessoa, e o seu próprio significado à medida que se forma experiencialmente.
Convidei então Felicity a dar voz aos diversos personagens. Como larva, falou acerca de ser gorda, preguiçosa e impotente.
A larva solitária que tinha ficado dentro dela também falou acerca de querer sair.
O passo seguinte a fazer era representar. Juntei-me então a ela, e fizémos de conta que éramos larvas, andando às voltas.
Falei acerca do facto de todos termos algumas larvas dentro de nós - as coisas que simplesmente não queremos revelar aos outros.
Contei-lhe algumas das minhas - a minha sordidez nalgumas circunstâncias, e dei-lhe alguns exemplos.
Ao expôr temas muito difíceis, é importante que o terapeuta tome a iniciativa em dar o exemplo.
Ao início ela estava relutante em identificar algo do género nela própria. Reparei na expressão da sua face - uma espécie de menina inocente a fazer beicinho. Salientei aquilo que via, e representei-o de forma a espelhá-lo de volta a ela.
Comentei - ´Bem, esse não é o aspecto de alguém que tem larvas dentro de si!`
Isto confrontou-a com a persona que ela projecta, e trouxe-lhe uma vontade de querer ser mais autêntica.
Ela nomeou alguns aspectos dela que eram tipo larva, e eu reconheci quão difícil isso era para ela. Ela fez novamente a mesma expressão. Desta vez fiz-lhe notar imediatamente a incongruência, como se ela estivesse a tentar minimizar aquilo que tinha acabado de partilhar.
Tal elevou a sua tomada deconsciência de uma forma muito imediata acerca do seu processo de não-apropriação. A tomada de consciência em Gestalt tem sempre a ver com a imediatez - que leva a um conhecimento de quem sou eu, agora mesmo.
Convidei depois o grupo a partilhar os seus próprios ´self tipo larva´. Tal reduziu ainda mais a vergonha da exposição de Felicity, e criou um vínculo no grupo, partilhando os nossos ´selves` mais profundos e secretos, ao mesmo tempo que nos divertíamos no processo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Case #68 - As verdades muito dolorosas

Mandy e Brian recorreram a Counselling para casais. Encontravam-se em crise. Após um casamento de 15 anos, e com dois filhos, Brian tinha um caso amoroso (o quarto no casamento) e Mandy, com 40 anos, estava desesperada por salvar o matrimónio. Estava determinada a não deixar que se separassem. Brian veio à sessão muito reluctantemente.
Trabalhei inicialmente com Mandy, uma vez que Brian estava cauteloso e indisponível para se abrir. Explorei a história e o seu contexto pessoal. Perguntei-lhe em seguida pelo casamento. Contou-me que não tinham relações sexuais há 6 anos, e que tinha aprendido a adaptar-se. Estava à espera que ele tomasse a iniciativa, coisa que ele nunca fez. Falou com amigos, que lhe disseram que ela não poderia de facto alimentar demasiadas expectativas, e para seguir em frente e se dedicar a outras coisas na vida, os filhos, etc.
Pedi-lhe que me desse uma percentagem para a qualidade do casamento em diversas áreas - intimidade, sexo, filhos, finanças, apoio. Variavam de 5% a 50% no máximo, com a intimidade no extremo mais baixo.
Ela disse-me que precisaria que a média subisse para 30% de modo a se sentir satisfeita, e estava disposta a fazer o que fosse necessário.
Pedi então ao Brian as suas percentagens. Eram de uma ordem semelhante, algumas um pouco inferiores ou superiores. Disse-me que teriam de subir até uns 75% para que se sentisse satisfeito.
Estes problemas, no entanto, já duravam há 10 anos. Eles não falavam muito de assuntos interpessoais, e ambos evitavam temas difíceis.
Mandy tinha conseguido lidar com a situação através da meditação. Brian entorpeceu-se a si mesmo e dedicou-se ao trabalho. Agora encontravam-se em crise. Ele não estava disposto a desistir do seu caso amoroso, ela não estava disposta a que as coisas continuassem na mesma. Encontravam-se num impasse, e tinham poucas competências para poderem falar sobre o assunto.
Averiguei junto de Brian, e para ele estava terminado. Não tinha interesse algum em dedicar-se ao casamento ou em salvá-lo, ainda que pudesse ser salvo. Ele tinha seguido em frente, e queria sair da relação.
Para Mandy isto era intolerável. Estava determinda em encontrar uma solução. O amor dela seria capaz de derreter a armadura dele.
Contudo, se ele não alterasse o seu caso amoroso, ela inisistiria até às últimas consequências, recusando-lhe a liberdade de se divorciar. Eu chamei a atenção de que tal parecia mais uma batalha do que um esforço para derreter a sua armadura através do amor.
Foi difícil para ela ver isso. Estava tão ansiosa, e tão determinada, que não podia encarar a verdade a respeito da posição em que Brian se encontrava.
Perguntei-lhe se para ele estava tudo realmente acabado, se não haveria algum tipo de circunstâncias em que pudesse mudar a sua decisão. Respondeu que assim era, essa era a verdade.
Pediu-lhe então que lhe oferecesse a ela esta sua afirmação ´verdadeira`.
Para Mandy foi quase impossível ouvir. Ela queria argumentar, convencê-lo, negar, ameaçar. Ofereci-lhe muito apoio, reconhecendo os seus sentimentos. Quando ela se permitiu receber a afirmação de Brian, disse que preferia morrer, era demasiado difícil.
Uma vez mais, ofereci-lhe o meu reconhecimento do quão mal ela se sentia, do quão assustada estava. Perguntei-lhe se gostaria de ouvir acerca da minha experiência de divórcio, e então partilhei com ela como tinha lidado com a situação.
Ajudou-a um pouco, mas ainda se encontrava extremamente angustiada.
Brian saiu do seu torpor e tornou-se mais brando, dizendo-lhe que gostava dela, que se sentia triste pela sua dor, mas que o seu gostar já não era de alguém íntimo, mas simplesmente como um amigo. Novamente, esta afirmação foi extremamente difícil de ouvir para ela, pelo que lhe ofereci um apoio emocional forte, de modo a que se pudesse manter presente.
Ela queria voltar a fingir, a evitar, mas era demasiado tarde.
Eu apoio sempre as pessoas no sentido de resolverem os seus assuntos passando pela experiência. Mas o meu compromisso primário é ajudar as pessoas a expressar as suas verdades, ouvirem-se umas às outras e obterem o apoio que necessitam para estarem presentes no processo. Isto é extremamente difícl quando se trata de algo tão devastador como o fim de uma relação.
Neste caso, ninguém iria ganhar nada com Mandy a continuar a ´tentar` diante da falta de vontade de Brian. Este seu ´tentar`era de facto uma espécie de tentativa de controlar a situação, e isto tornou-se evidente quando ela se deparou com as suas próprias vozes. Ela indicou que queria que o casamento ficasse intacto, independentemente do que ele queria.
Então eu pedi-lhe que lhe fizesse esta afirmação verdadeira - não me importa o que tu queres, só quero o que é importante para mim.
Ele valorizou poder ouvir com este grau de clareza, e foi difícil para ela dizê-lo, mas foi representativo do que realmente se passava. Tornou a transacção mais clara, e tornou-se evidente para ela que neste seu esforço não estava a tentar derreter a armadura dele com amor, mas na realidade a reinvindicar as suas próprias necessidades sem consideração pelas dele.
A isto eu chamo as ´não-virtudes` - a posse, o podermos apropriar-nos de lados mais obscuros de nós próprios. Identificamo-nos como amorosos, ou como vítimas, mas é duro reconhecermo-nos como alguém que de facto não se importa com a outra pessoa. É preciso muita coragem e muito apoio para ser capaz de o fazer, mas esta capacidade de ser verdadeiro é sempre refrescante, e ajuda a que possa acontecer algo diferente.
Esta sessão tratou-se de lidar com verdades muito difíceis, mas sem esta afirmação da verdade, acaba por haver simplesmente mais amargura, raiva e defensividade. A ´história`que cada um conta da relacção vai ficando cada vez mais entrincheirada.
Mas dizer a verdade não se faz como forma de ferir o outro. Trata-se da verdade pessoal de cada um de nós. O outro necessita de apoio para ser capaz de ouvir. Em Gestalt focamo-nos neste ´contar-a-verdade´ relacional, e entendemos que existe um poder transformativo em fazê-lo.
Abordamos as dinânimas relacionais desta forma com a intenção de melhorar a qualidade do contacto, não para obter um determinado desfecho, nem a aprovação ou rejeição de qualquer um dos parceiros.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Case #67 - Um casamento tradicional, ou um casamento moderno?

Hong e Yuen estavam noivos. Ela tinha 35 anos e ele 43. Vieram a terapia por causa de uma disputa difícil que não conseguiam resolver. De acordo com a tradição, Hong queria que a sua mãe viesse morar com eles após o casamento, ao que Yuen se opunha totalmente.
Após explorar um pouco  as circunstâncias de ambos, perguntei a cada um qual o principal tema de preocupação acerca do casamento. Ambos concordaram que este era o ponto chave.
No entanto, eles não tinham realmente debatido em profundidade um leque amplo de assuntos futuros. Assim, dei um passo atrás no sentido de os levar a ter uma perspectiva mais alargada. Num extremo pus um marcador simbolizando uma relação de casamento tradicional chinesa, e no outro extremo um símbolo para uma relação moderna. Perguntei-lhes então onde se situavam neste espectro. Hong distava 30% do extremo tradicional e Yuen 30% do extremo moderno.
Expliquei-lhes que este era o tema fundamental que estava em jogo, e que haveria muitas circunstâncias específicas em que esta diferença de posições se manifestaria em conflito. Pedi a cada um que fizesse uma afirmação resumida da sua posição. Para Hong, era dar-se bem com a família alargada. Ele queria que Yuen fosse "dócil e amável". Para Yuen, era ser independente, enquanto casal, e poder ter a sua própria opinião acerca das coisas.
Assim, primeiro pedi-lhes que disessem uma frase um ao outro: "Vejo que és diferente de mim, e isso é difícil." Este processo confrontou-os com a realidade da diferença. Hong tentou acrescentar "e espero que tu venhas a mudar", mas eu interrompi-o - este é um problema essencial com os casais, esperam que o outro (passado algum tempo) venha a mudar.
Então levei-os a dizerem uma outra frase: "Vejo a diferença entre nós; posso não concordar com os teus pontos de vista, mas respeito a tua posição."
Isto foi difícil para ambos, e Yuen estava resistente, uma vez que pensava que isso significava capitular perante a postura de Hong. Expliquei-lhe que respeito não significa ter de concordar, and ela finalmente pronunciou a frase.
Ambos se emocionaram muito ao dizê-lo - tinham que parar de tentar convencer a outra pessoa, e vê-la apenas. Isto é sempre ameaçador para os casais.
Foi também compreensível que Yuen se sentisse particularmente angustiada - não só estava realmente apegada à ideia de terem a casa só para eles, também tinha medo de ser anulada pelo peso da tradição no lado da família de Hong, e do facto de ser uma mulher, num mundo ainda- patriarcal.
Foi então que contei a Hong uma das descobertas nas investigações de John Gottman sobre casais - que os casamentos mais bem sucedidos são aqueles nos quais o homem está disposto a ser influenciado pela sua mulher. Isto deve-se provavelmente a que num sentido estrutural, os homens tendem a ter mais poder na maioria das áreas da vida.
Continuei então no processo de os ajudar a negociar este tema em particular. Expliquei-lhes que alguns assuntos têm posturas diametralmente opostas. Mas outros podem ter soluções criativas.
Yuen queria que pelo menos as noites fossem só para eles enquanto casal.
Hong propôs que a mãe pudesse vir durante o dia visitá-los, uma vez que tinha estado a usar uma divisão do andar de baixo como escritório. Yuen concordou.
Perguntei então qual a proposta dela. Ela queria os fim-de-semana para eles enquanto casal, com a concessão de que os pais de Hong pudessem vir jantar de vez em quando.
Hong não queria nenhum acordo rígido. Eu chamei a atenção para o facto de uma negociação precisar de ter limites bem estabelecidos. Eles discutiram então alguns detalhes, e chegaram a um acordo.
A expressão de Hong suavizou-se. Esta discussão tinha decorrido de uma forma excepcionalmente suave, e tinham ultrapassado os seus anteriores acessos de zanga quando se tocava no tema. Tinham de facto chegado a um acordo sobre estes assuntos.
Foi então que ele perguntou: "Como vou falar disto com a minha mãe?" Estava genuinamente angustiado: tinha diante dele uma tarefa para desenvolver este processo de diferenciação, e estava bloqueado.
Yuen por sua vez ficou também muito angustiada e começou a chorar. Tornou-se receosa de que Hong voltasse com sua a palavra atrás no acordo, e que simplesmente reivindicasse os deveres e obrigações do modelo tradicional. Começou a tentar discutir com ele.
Impedia-a, e em vez disso pedi-lhe que olhasse para a cara dele. Era muito difícil para ela, estava zangada e com medo. Quando ambas as pessoas estão angustiadas, é difícil para uma delas conter-se e estar presente para o outro.
Escolhi pedir-lhe a ela para o fazer. Ele eencontrava-se numa grande luta interna, dividido entre o sentido do dever e o desejo de querer dar prioridade à relação de ambos. Fora ela quem iniciara a sessão de terapia, e quem tinha mais conhecimentos psicológicos. Assim sendo, foquei-me nela e apoiei-a. Pedi-lhe que realmente viesse para o presente, que o visse a ele na sua luta. Era-lhe muito difícil, mas continuei focado nela. Apresentei-lhe o amor como uma escolha para ela naquele momento. Disse-lhe: " Consegues ver a luta genuína dele, e podes simplesmente amá-lo neste local, apesar de ser diferente?"
Ela pôs o seu medo de lado, e mudou subitamente. Disse-lhe: "Nunca esquecerei a minha intenção de te amar, ainda que existam diferenças". Isto foi um momento profundo entre eles, e também eu tinha lágrimas nos meus olhos. Tinham conseguido atravessar o conflito, e tinham de facto conseguido aprofundar o seu amor, e a sua capacidade de amar, de um modo muito significativo. Ele sentiu-se profundamente visto, e disse-lhe: "Neste momento és dócil e amavél para mim." Ambos tinham assumido um risco, e tinham agora chegado juntos a um novo local.
Relembrei-os de que iriam surgir novamente muitos assuntos deste tipo, mas que agora sabiam como superá-los.
Em Gestalt interessamo-nos nas diferenças como sendo um ponto potencial para uma boa qualidade de contacto. Tal requer auto-apoio na fronteira de contacto, e interesse no outro. Isto é difícil para a maioria das pessoas, e normalmente precisam de apoio para o conseguirem fazer. O apoio precisa de ser tanto prático - o como fazê-lo - como emocial. É um grande confronto depararmo-nos com a diferença, e frequentemente as pessoas zangam-se ou vacilam. Quando Yuen foi capaz de estar presente consigo mesma, e de seguida com Hong no momento da sua vulnerabilidade, uma situação impossível pôde mudar.

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