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domingo, 26 de outubro de 2014

Case #45 - Como lidar com a miséria

A Betty queria falar sobre o seu medo. Ela não conseguia identificar o que o evocava, ou com o que estava relacionado.
Antes de consentir o seu foco, eu queria saber mais sobre ela. Perguntei-lhe sobre as crianças, o casamento, o trabalho. Tinha-se demitido recentemente do trabalho que mantinha há 20 anos, e estava num período de transição. A sua vida familiar era estável e segura, a sua filha bonita e talentosa, e o seu marido amava-a.
Mas há medida que a observava, ela não parecia realmente feliz. Perguntei-lhe se era feliz, e ela respondeu que não. Todos pensavam que ela tinha uma vida perfeita, a família perfeita. Perguntei-lhe o que estava errado.
Ela disse - o meu marido ama-me mais do que eu a ele. Eu estou segura com ele, mas foi um casamento arranjado e ele 'não é o meu tipo'. Perguntei-lhe qual era o seu tipo: um caráter forte, sentido pessoal claro sobre a visão da vida, bom gosto. Ele não tinha nada disso.
Isto causou-me impacto, e levei algum tempo a pegar nisto. A vida fantástica, mas algo essencial a faltar. Olhei novamente os seus olhos, e podia ver o quão miserável ela estava. Perguntei-lhe a idade - 44 anos. Perguntei-lhe se passaria os próximos 44 anos com ele, e ela respondeu que sim.
Então estava claro, a sua escolha era estar lá. Mas o custo disso era uma espécie de disjunção básica no sentido de ligação da relação. Uma espécie de necessidade básica de paixão, encontro e sinergia, que não etavam lá. Ela estava acomodada numa vida superficialmente feliz, mas que em alguma parte não correspondia com a sua necessidade profunda.
No Gestaltismo estamos interessados na escolha, e isto é entendido em termos das noções existenciais. A vida coloca-nos em diferentes situações, mas temos sempre escolhas. A nossa sensação de aprisionamento não vem de circunstâncias externas, mas por esquecermos a nossa liberdade de escolha momento a momento.
Com as escolhas vêm sempre as consequências, e uma vida bem vivida é aquela em que assumimos a responsabilidade das consequências, mais do que tentar culpabilizar os outros, ou passar a vida a desejar ter sido outra coisa.
Isto era muito o que a Betty enfrentava. As suas escolhas eram claras, e também as consequências. Mas ela estava miserável, portanto, a não ser que ela quisesse manter-se assim, algo tinha de mudar.
O que estava disponível eram escolhas diferentes na estrutura que ela decidira manter.
Eu perdi um quanto tempo apenas a estar com ela, observar a sua miséria, reconhecer que era assim. Este era o espaço relacional, onde nada havia a mudar, não haviam agendas, e o foco estava em ser, estar com, e reconhecer. Isto é também conhecido por 'eu-tu'.
Depois disto, eu mudei para a pergunta 'o que é possível'. Tomar este sentido, no início, simplesmente significava uma espécie de 'solução' para uma situação que parecia não ter solução. Mas, depois de estar presente por um tempo naquele espaço, podíamos então explorar juntamente as opções e perspetivas.
Perguntei-lhe se ele sabia a sua miséria, se ela lha mostrara como me mostrara a mim. Ela disse que não. Então, partilhei um evento da minha própria vida, quando a revelação da minha parceira sobre algo teve um grande impacto em mim. Na medida em que ele a amava, isto podia ser o princípio de algum tipo de mudança.
Salientei que ele não seria nunca 'o seu tipo', mas que se ele estivesse motivado, ele podia tomar alguns passos nessa direção. A bola estava no campo dela para lhe transmitir a ele as suas necessidades autênticas. O desafio era fazer isso de uma forma que conduzisse a resultados positivos.
Sugeri que lhe pedisse para ele olhar nos seus olhos por 10 minutos, sem conversar, mostrando-lhe a sua miséria. Depois disso, ela podia transmitir-lhe algumas pequenas mudanças que ela gostava que ele iniciasse, que seriam significativas para ela.
Mas isto não seria necessariamente a solução para a sua infelicidade. O facto era que ela estava numa situação em que as suas necessidades não seriam satisfeitas. Então sugeri que ela explorasse paralelamente a sua criatividade e uma espécie de prática espiritual. Isto podia ajudá-la a encontrar o âmago da felicidade que não estava dependente do ambiente externo.
Sugerir estas coisas como uma espécie de rumo para soluções não é próprio do Gestaltismo. Mas, no contexto de um sentido mais profundo de contato com a estagnação pessoal, esta possibilidade torna-se pessoalmente significativa, e existe uma motivação profunda para se deslocar nessa direção. Se existe um interesse, a pessoa pode ser ajudada por um suporte prático - uma conversa sobre como isso pode acontecer, e o leque de opções.

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